Rogerio Steinberg 1965/86

Quando fez seu primeiro VT para o lançamento do BarraShopping Center, no Rio, a Propaganda Estrutural desenvolveu uma excelente marca cinemática, fazendo muito bom uso das propriedades do VT e da música, e obtendo um resultado tão bom que acabou sendo adotado por todos os demais shoppings administrados pela Renasce - Rede Nacionai de Shoppings Centers. 

Revista Propaganda,
março de 1983

Inicialmente se chamava o empreendimento de Shopping Center da Barra - e sob essa denominação comercializaram-se suas lojas. A primeira grande contribuição criativa de Rogerio Steinberg foi sugerir a mudança para BarraShopping, numa só unidade vocabular e gráfica. Mais compacta e memorizável, a nova forma realmente 'pegou' na abertura do Shopping, ainda mais quando lhe acresceram, em perfeito ajuste à temática da campanha, o complemento Shopping Show.

Geralmente não abro o primeiro caderno dos jornais, não é todo dia que tenho adrenalina para ler aquelas notícias.... Conheci Rogerio quando fomos fazer o BarraShopping, ele queria um grupo animado, a gente era animada, tinha de ser uma coisa pra cima. Ficamos 20 horas, acho, no Pavilhão de São Cristóvão. Passou um dia e veio outro, ele, sempre no maior pique, sempre querendo criar em cima, uma coisa incrível, nunca fiquei tanto tempo no ar. É aí, no jogo e no trabalho, que você conhece as pessoas, ele tinha muita sensibilidade, todo canceriano tem, mas o que achei genial nele, e até pensei que fosse de virgem, foi o seu lado detalhista, algo que o fazia tão esmerado no trabalho. Era um cara com um gás de vida; que absurdo, que coisa brutal um cara morrer com aquele talento todo. Rogerio ia arrebentar a boca do balão, quanto mais tempo estivesse no ar, mais coisas incríveis ia fazer. A última vez que o vi foi no Maracanã, num lugar que ele amava de paixão, num jogo. Fiquei contente de ter a minha última imagem com ele assim, nós nos encontramos na saída das cadeiras especiais, a gente se olhou e sorriu pro outro. Depois eu nunca mais vi.

LEIIDCA/FRENÉTICAS
Artista

Ele fazia um trabalho tão extraordinário que, apesar dele ser um tímido, até receoso de receber prêmios,
nós, como colunistas, não podíamos ficar alheios ao trabalho de Rogerio. Existia uma expectativa muito grande do que ele ia fazer, quando a gente sabia que o Rogerio estava criando, alguma coisa nova e inusitada ia acontecer. Ele tinha esse dom de não entrar no lugar comum, de fazer sempre com um brilho diferente. Essa audácia do Rogerio como profissional, a facilidade com que ele criava, isso era uma coisa admirável. Ele também era um dos raros casos do profissional de criação que conseguia juntar com harmonia a objetividade total do marketing, do cliente, da distribuição, etc. com a criação. Ele fazia tudo,
fechava o círculo de comunicação, e isso é raro. Nada do Rogerio era gratuito. Essa pessoa genial que conseguiu tirar o máximo do vt, na época em que o vt era uma grande novidade, e até hoje ninguém fez nada tão bom quanto o lançamento do BarraShopping com as Frenéticas. Há quantos anos todo mundo faz vt e ninguém consegue ultrapassá-lo? A propaganda carioca, a propaganda brasileira têm grandes talentos, mas o Rogerio era único.

Márcia Brito
Publicitária